Em Mateus
encontram-se muitas contradições dentro do próprio texto, mostrando que o
autor, com o zelo de transcrever e desenvolver textos já existentes nas suas
várias fontes, não verificou a compatibilidade entre estes. Vamos então ver estas
contradições existentes em Mateus,
algumas delas em frases atribuídas a Jesus.
Para começar esta lista de inconsistências e contradições, quando Jesus aproximou-se de João Baptista para ser baptizado, este já sabia que Jesus era o Messias e recusou-se a baptizá-lo mas, mais tarde, enviou mensageiros para perguntar a Jesus se ele era realmente o Messias.
João Baptista
sabe que Jesus é o Cristo
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João Baptista
não sabe que Jesus é o Cristo
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Mateus 3:13-17 Então veio Jesus da Galiléia ter com
João, junto do Jordão, para ser batizado por ele. Mas João o impedia,
dizendo: Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim? Jesus, porém,
lhe respondeu: Consente agora; porque assim nos convém cumprir toda a
justiça. ...
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Mateus 11:2-3 Ora, quando João no cárcere ouviu falar
das obras do Cristo, mandou pelos seus discípulos perguntar-lhe: És tu aquele
que havia de vir, ou havemos de esperar outro?
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No famoso “Sermão do Monte”, Jesus glorifica os
pacificadores mas mais tarde confessa que ele próprio, ao invés de ser um
pacificador, veio para trazer a guerra e a divisão dentro das próprias
famílias.
Jesus prega a
paz
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Jesus prega a
divisão
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Mateus 5:9 Bem-aventurados os pacificadores, porque
eles serão chamados filhos de Deus.
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Mateus 10:34-35 Não penseis que vim trazer paz à
terra; não vim trazer paz, mas espada. Porque eu vim pôr em dissensão o homem
contra seu pai, a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra;
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Neste mesmo discurso, Jesus aconselha a que se façam as boas
obras de modo ostensivo para que todos saibam mas, mais tarde, diz que as boas
obras devem ser realizadas de modo discreto.
Boas obras
devem ser exibidas
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Boas obras
devem ser discretas
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Mateus 5:16 Assim resplandeça a vossa luz diante dos
homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que
está nos céus.
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Mateus 6:1 Guardai-vos de fazer as vossas boas obras
diante dos homens, para serdes vistos por eles; de outra sorte não tereis
recompensa junto de vosso Pai, que está nos céus.
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Jesus, a dada altura, explica aos apóstolos a ética do
perdão. Primeiro começa por explicar um processo de conciliação com um máximo
de três tentativas. Mas, logo a seguir, explica que se deve perdoar as ofensas
setenta vezes sete (quatrocentas e noventa vezes?)
Deve-se tentar
a conciliação por três vezes
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Deve-se
perdoar setenta vezes sete
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Mateus 18:15-17 Ora, se teu irmão pecar, vai, e
repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, terás ganho teu irmão; mas se não
te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três
testemunhas toda palavra seja confirmada. Se recusar ouvi-los, dize-o à
igreja; e, se também recusar ouvir a igreja, considera-o como gentio e
publicano.
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Mateus 18:21-22 Então Pedro, aproximando-se dele, lhe
perguntou: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu hei de
perdoar? Até sete? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete; mas até
setenta vezes sete.
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A mãe de Tiago e João pede a Jesus que conceda lugares de
destaque aos seus filhos à sua direita e esquerda. Jesus responde que não pode
mas, mais tarde, diz aos discípulos que tem todos os poderes nos céus e na
terra.
Jesus não tem
tanto poder
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Jesus tem todo
o poder
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Mateus 20:21-23 ... Ela lhe respondeu: Concede que
estes meus dois filhos se sentem, um à tua direita e outro à tua esquerda, no
teu reino. ... Então lhes disse: O meu cálice certamente haveis de beber; mas
o sentar-se à minha direita e à minha esquerda, não me pertence concedê-lo;
mas isso é para aqueles para quem está preparado por meu Pai.
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Mateus 28:18 E, aproximando-se Jesus, falou-lhes,
dizendo: Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra.
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Nos últimos dias de Jesus, uma mulher desconhecida derramou
um caríssimo óleo perfumado na cabeça de Jesus, causando a indignação dos
discípulos por causa do desperdício de dinheiro que poderia servir de caridade
aos pobres. Jesus justifica a opção da desconhecida porque os pobres sempre
estarão com os discípulos, mas ele não. Mais tarde Jesus rectifica a sua
opinião e diz que afinal estará com os discípulos para sempre.
Jesus não
estará sempre com eles
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Jesus estará
sempre com eles
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Mateus 26:11 Porquanto os pobres sempre os tendes
convosco; a mim, porém, nem sempre me tendes.
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Mateus 28:20 ... e eis que eu estou convosco todos os
dias, até a consumação dos séculos.
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Será que Jesus foi assim tão contraditório? Ou será que o
autor é que foi contraditório? Será que alguma vez teremos resposta para estas
perguntas?
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