Os babilónios
Nabucodonosor, por volta de 590 AEC, depois de derrotar os
assírios (e o seu aliado egípcio, o faraó Necau), cercou e destruiu Jerusalém,
deportando a elite dos judeus para Bablilónia, a capital do império, para serem
servos.
Os judeus desenvolveram uma tal aversão pelos babilónios que
a palavra Babilónia tornou-se para eles sinónimo de “repugnância”. O Salmo 137 é
ilustrativo, especialmente a parte final:
Salmos 137
Junto aos rios de Babilônia, ali nos assentamos e nos pusemos a chorar, recordando-nos de Sião.
Nos salgueiros que há no meio dela penduramos as nossas harpas, pois ali aqueles que nos levaram cativos nos pediam canções; e os que nos atormentavam, que os alegrássemos, dizendo: Cantai-nos um dos cânticos de Sião. Mas como entoaremos o cântico do Senhor em terra estrangeira? ...
Ah! filha de Babilônia, devastadora; feliz aquele que te retribuir consoante nos fizeste a nós; feliz aquele que pegar em teus pequeninos e der com eles nas pedras.
O que os israelitas mais desejavam em relação aos babilónios
era que se espatifassem as criancinhas destes contra os rochedos (dá para entender
porque é que, 2.500 anos depois, os israelitas e os iraquianos ainda andam
ressentidos uns com os outros...).
Livro de Daniel
O livro de Daniel
assume-se como tendo a mais exacta descrição do período de exílio babilónico,
insinuando-se como tendo sido escrito nessa mesma época pelo protagonista da
história, Daniel, um suposto exilado. Grande parte do texto de Daniel tem tom
profético, fazendo previsões históricas para os quatrocentos anos que se
seguiram ao dominio babilónico. Com algum esforço de interpretação, estas
previsões proféticas podem encontrar algum paralelo com os acontecimentos
históricos entre 530 e 160 AEC. Por exemplo, o capítulo 11 é praticamente um resumo da história dos selêucidas.
O que leva a suspeitar que Daniel é mais um livro fraudulento, escrito muito depois do tempo que pretende (séculos depois), é que o texto indica que o autor possuía um conhecimento mais detalhado sobre o “futuro” (o pós-babilónico) do que sobre o “presente” (a ocupação babilónica).
O texto de Daniel conduz o leitor para eventos que culminam nos acontecimentos do tempo do rei selêucida Antíoco IV Epifânio, numa época em que os judeus derrotam o poder dos selêucidas e instauram um estado judaico independente (o estado Asmoneu), por volta de 170 AEC.
O livro de Daniel detalha particularmente com a expressão "Abominação que causa desolação", em Daniel 9:27, Daniel 11:31 e Daniel 12:11, o facto de o rei selêucida ter transformado o Templo de Jerusalém num templo dedicado aos deuses gregos.
O que leva a suspeitar que Daniel é mais um livro fraudulento, escrito muito depois do tempo que pretende (séculos depois), é que o texto indica que o autor possuía um conhecimento mais detalhado sobre o “futuro” (o pós-babilónico) do que sobre o “presente” (a ocupação babilónica).
O texto de Daniel conduz o leitor para eventos que culminam nos acontecimentos do tempo do rei selêucida Antíoco IV Epifânio, numa época em que os judeus derrotam o poder dos selêucidas e instauram um estado judaico independente (o estado Asmoneu), por volta de 170 AEC.
O livro de Daniel detalha particularmente com a expressão "Abominação que causa desolação", em Daniel 9:27, Daniel 11:31 e Daniel 12:11, o facto de o rei selêucida ter transformado o Templo de Jerusalém num templo dedicado aos deuses gregos.
Daniel 9:27 E ele firmará um concerto com muitos por uma semana; e, na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador.
Daniel 11:31 E sairão a ele uns braços, que profanarão o santuário e a fortaleza, e tirarão o contínuo sacrifício, estabelecendo a abominação desoladora.
Daniel 12:11 E, desde o tempo em que o contínuo sacrifício for tirado e posta a abominação desoladora, haverá mil duzentos e noventa dias.
A "Abominação que causa Desolação" foi o facto de Antíoco IV Epifânio ter colocado uma estátua de Zeus no Templo de Jerusalém e de aí promover sacrifícios de porcos (animal impuro para os judeus).
O autor de Daniel parece tentar escrever uma profecia quando ela já aconteceu. Os judeus revoltaram-se contra os selêucidas tendo sido vitoriosos.
"Daniel" denuncia-se por saber mais sobre acontecimentos de 170 AEC do que sobre acontecimentos de 530 AEC - a época que reclama como sendo a sua.
Daniel e as Testemunhas de Jeová
Daniel é um dos grandes suportes da doutrina das Testemunhas de Jeová, o conhecido grupo proselitista controlado por uma multinacional de edição de publicações, a Watchtower Society. Este grupo religioso utiliza os números e a cronologia bíblica com uma obcecada minúcia nas suas previsões de datas proféticas.Para além disso, estendem o alcance das “profecias” de Daniel até ao tempo de Jesus e... até aos nossos dias:
- afirmam
que Daniel tinha previsto a data da
apresentação Jesus ao público (o baptismo) e a sua morte;
- segundo
as profecias de Daniel, Jesus já
começou a reinar no céu desde 1914 EC (a explicação para o eclodir da Guerra
Mundial nesse ano é inspirada no Apocalipse,
onde está escrito que haveria uma batalha no céu e Satanás seria empurrado para
a Terra causando grandes problemas aos homens);
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