Nas próximas secções vamos debruçar-nos sobre o período que
não tem representação no Antigo
Testamento canónico, recorrendo, no entanto, a alguns livros deuterocanónicos
como, por exemplo, Macabeus e também
aos registos da História secular.
Data (AEC)
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Acontecimentos
relativos à Palestina
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330
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As conquistas de Alexandre Magno incluem os
territórios da Palestina.
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323
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O Egipto e a Palestina ficam nas mãos de Ptolomeu I
Soter (Lagus), companheiro de Alexandre.
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203
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Os selêucidas, que dominam o Médio Oriente, tomam a
Palestina.
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175
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O rei selêucida, Antíoco IV Epifâneo, decreta a
proibição total do judaísmo e a obrigatoriedade do culto dos deuses
olímpicos.
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165
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Os irmãos macabeus são vitoriosos sobre os selêucidas
e dominam a Palestina.
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134
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João Hircano, filho de Simão Macabeu, inicia a
dinastia dos reis asmoneus.
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63
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O general romano Pompeu acaba com a dinastia dos
asmoneus.
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Alexandre Magno
Cerca de 330 AEC, um jovem conquistador, num curtíssimo
espaço de tempo, levou a uma grande parte do mundo conhecido a cultura e
civilização gregas, criando o chamado império helénico. Este império durou
pouco tempo porque o jovem conquistador, Alexandre o Grande, filho de Filipe II
da Macedónia, morreu aos trinta e dois anos, mas as suas influências perduraram
por séculos. As conquistas de Alexandre incluiram os territórios palestinos que
estavam sob domínio persa.
Assim, os judeus obtiveram também a sua quota de cultura
grega. Uma das novidades que a cultura grega introduziu no judaismo foi o
platonismo com a sua doutrina da imortalidade da alma. A partir desta fusão de
culturas começaram a aparecer muitas variantes do judaísmo, apesar de sempre se
manter um forte núcleo ortodoxo ou conservador. Por exemplo, no tempo de Jesus,
os fariseus praticavam uma variante do judaísmo na qual a ressurreição fazia
parte das suas crenças, mas os saduceus eram conservadores da tradição.
Antes da helenização, a preocupação religiosa dos judeus estava
apenas ligada à sobrevivência da tribo, da raça e da nação judaica. O judeu devoto
queria apenas ter uma existência materialmente confortável e honrada enquanto
fosse vivo e deixar boas condições para os seus descendentes. Não tinha a mínima
preocupação com uma salvação individual relacionada com uma ressurreição ou com
uma vida eterna.
Os reinos e impérios helenísticos
Com a morte de Alexandre, em 323 AEC, o império conquistado
foi dividido entre os seus principais generais:
-
Antigono
I Monoftálmico (zarolho) ficou a dirigir uma parte do império centrado na
Macedónia;
-
o
Egipto, a Palestina e a Cirenaica (parte da actual Líbia) ficaram nas mãos de
Ptolomeu I Soter (ou Lagus, a cuja dinastia veio a pertencer a famosa Cleópatra);
-
os territórios da Ásia ficaram sob o domínio de
Seleuco I Nicátor, fundador da dinastia selêucida; posteriormente, por volta de 203 AEC, os selêucidas tomaram a Palestina ao reino Ptolomaico.
Antigo Testamento em grego - Septuaginta
Ptolomeu II Philadelphus (rei de 285 a 246 AEC), filho de Ptolomeu I Soter, foi, alegadamente, o responsável pela criação da Septuaginta (ou versão LXX), a tradução grega do Antigo Testamento. Existia, em Alexandria do Egipto, uma larga comunidade judaica fluente em grego e, por outro lado, a Judeia fazia parte do império ptolemaico.O nome (Septuaginta ou LXX) desta tradução grega das escrituras sagradas judaicas advém da tradição que diz que foram 70 sábios que, a pedido do rei Ptolomeu, traduziram os textos para o grego.
Mas, sim, um dos mais conhecidos judeus platonistas terá sido Filon de Alexandria que viveu por
ResponderExcluirvolta do século I (25 aC - 50 dC).
Mas as sementes do helenismo foram colocadas no mundo judaico desde este tempo das conquistas de Alexandre, gerando grandes divisões entre os judeus.