Segundo o Antigo Testamento, quando os israelitas foram para tomar a Terra Prometida,
depararam-se com uma grande de quantidade de inimigos que ali habitavam. Os
principais eram os filisteus e os cananeus.
Os filisteus
Os filisteus eram os habitantes da Filistina e é destes que
vem, provavelmente, o nome actual da Palestina. A porção de terra que mais tempo se manteve sob
controlo dos filisteus é talvez aquela que corresponde à actual Faixa de Gaza,
embora o território aumentasse ou diminuisse com o passar dos tempos.
Os hebreus confrontaram-se com os filisteus durante séculos. Aparentemente, apenas o rei David conseguiu combatê-los de uma forma eficaz e dominá-los durante muitas décadas.
Os cananeus
Entre os povos de Canaã estavam principalmente os fenícios,
grandes mercadores da antiguidade e considerados responsáveis pela introdução
da escrita alfabética.
No Antigo Testamento, os fenícios são designados genericamente por cananeus. Aqui, apesar de terem uma óptima reputação na História secular, são retratados como um povo repugnante.
O território deles centrava-se à volta daquele que actualmente designa-se por Líbano, estendendo-se pelos territórios da Palestina. Durante centenas de anos dominaram o comércio no Mediterrâneo. Muito mais tarde os fenícios de Cartago (actual Tunísia) rivalizaram com os romanos, tendo sido derrotados.
Amonitas e moabitas
Os amonitas e os moabitas eram outros inimigos que
frequentemente envolviam-se em combates com os israelitas. A origem destes dois
povos é explicada na Bíblia como sendo descendentes de Amon e Moabe, os quais
foram gerados incestuosamente por Lot e pelas suas duas filhas.
Existem relatos contraditórios sobre a qualidade das
relações entre os israelitas e estes dois povos vizinhos. Por um lado, o
próprio Yahveh ordenou aos israelitas que nunca atacassem os amonitas e
moabitas (Deuteronómio 2:9,19). Por outro lado existem muitos episódios de
contendas entre os israelitas e estes dois povos.
Para acrescentar ainda mais dúvidas, o livro de Rute é a história de uma moça moabita que se casou com um judeu chamado Boaz, tornando-se bisavó do rei
David, apesar de o livro de Deuteronómio avisar que os moabitas não eram bem-vindos
por causa de um episódio passado com Balaão, um profeta mesopotâmico:
Deuteronómio 23:3-4 Nenhum amonita nem moabita entrará na assembléia do Senhor; nem ainda a sua décima geração entrará jamais na assembléia do Senhor; porquanto não saíram com pão e água a receber-vos no caminho, quando saíeis do Egipto; e, porquanto alugaram contra ti a Balaão, filho de Beor, de Petor, da Mesopotâmia, para te amaldiçoar.
E esta referência a Balaão remete-nos para Números, capítulos
22 a 25 e também o capítulo 31, uma passagem que pode ilustrar uma mudança de
atitude dos israelitas perante os moabitas. Esta inicia com um tom muito rancoroso
sobre os moabitas, mas depois todo o ódio é direccionado contra os midianitas (ver Moisés o Terrível).
Edomitas e amalequitas
Segundo o livro de Génesis,
Edom foi o nome adoptado por Esaú, o irmão de Jacob (Génesis 25:30), quando
trocou os seus direitos de herança por um prato de lentilhas. Como Jacob era
Israel, os edomitas seriam uma espécie de povo-irmão dos israelitas mas
aparecem em muitas narrativas como inimigos de Israel. No tempo do Novo Testamento os edomitas chamavam-se
idumeus e a Idumeia fazia parte dos domínios romanos.
Os amalequitas eram de uma tribo de Edom, Amaleque, e são
descritos em confrontos importantes contra os israelitas. Eram de tal modo
incomodativos, que Yahveh encomendou ao rei Saul o genocídio daqueles (1 Samuel
15:1-3).
Midianitas
Depois de um aparente genocídio dos midianitas às mãos dos
israelitas, por ordem de Moisés, os midianitas tornam a aparecer em diversos
confrontos contra os israelitas. E, segundo Juizes,
durante alguns períodos os israelitas são dominados por estes.
Para além do que está descrito no Antigo Testamento não se sabe mais sobre este povo nem onde se
situava a terra de Midiã.
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