A lei que ficou registada no Torah (e, posteriormente, na Bíblia cristã) tem detalhes que hoje se consideram completamente injustos e cruéis. Por exemplo, não existe uma clara distinção entre adultério e violação e, em qualquer caso, a mulher não tem praticamente direito à justiça, sendo tratada como propriedade do marido, noivo ou pai. Vejamos um conjunto de leis encontradas em Deuteronómio 22:23-29:
- se um homem, na cidade, se deitasse com uma virgem prometida a outro homem, ambos deveriam ser apedrejados: ele porque humilhou a mulher do seu próximo; ela porque não gritou (na cidade quando se grita todos ouvem...);
- caso o episódio ocorresse no campo, deveria matar-se apenas o homem, porque presumivelmente ela terá gritado (mas ninguém a ouviu, porque estava no campo!...);
- caso se tratasse de uma virgem descomprometida, o homem que fosse apanhado deitado com ela deveria pagar cinquenta moedas de prata ao pai dela e era obrigado a casar-se com a moça (mesmo que se tenha tratado de violação!...) e nunca mais poderia divorciar-se dela (a pobre moça, para além de ter sido violada, ficava condenada a viver para sempre com o seu violador);
Deuteronómio 22:13-21 Se um homem tomar uma mulher por esposa, e, tendo coabitado com ela, vier a desprezá-la, e lhe atribuir coisas escandalosas, e contra ela divulgar má fama, dizendo: Tomei esta mulher e, quando me cheguei a ela, não achei nela os sinais da virgindade; então o pai e a mãe da moça tomarão os sinais da virgindade da moça, e os levarão aos anciãos da cidade, à porta;
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Se, porém, esta acusação for confirmada, não se achando na moça os sinais da virgindade, levarão a moça à porta da casa de seu pai, e os homens da sua cidade a apedrejarão até que morra;
Existe também uma curiosa lei que previa o caso de um homem suspeitar de infidelidade por parte da sua mulher (Números 5:11-28): o homem deveria levar a mulher ao sacerdote e este deveria fazer uma mistura de água e pó do chão, fazer a mulher beber esta mistura e dizer-lhe:
- “se foste infiel ao teu marido, que esta água amarga te faça inchar o ventre e que te descaiam os teus órgãos genitais; caso contrário poderás continuar a ter filhos”;
Ainda dentro do contexto das leis que regiam o casamento, estava prevista a possibilidade de divórcio, mas este só poderia acontecer por iniciativa do homem (Deuteronómio 24:1-4). A mulher nunca poderia requerer o divórcio.
Se o Brasil seguir essa regra não vai sobrar mulher nenhuma(ou quase nenhuma) aqui
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